terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Física E Consciência No Pensamento De Mokiti Okada

Autor: Vinicius Carvalho da Silva

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O pensador japonês Mokiti Okada pesquisou e pensou sobre o tema Física e Consciência. Para Okada, o nível(mundo) do pensamento precede causalmente o nível(mundo) da matéria, mas ambos estão identificados, influindo-se reciprocamente, numa espécie de hierarquia entrelaçada.
De acordo com Doug Hofstadter, Físico e pesquisador de inteligência artificial, em uma hierarquia entrelaçada o nível superior(causa)gera e influi sobre o nível inferior(efeito) por meio de uma “descontinuidade” (um processo semelhante ao salto quântico, que não pode ser explicado em termos de mecanismos lógicos.) Outro ponto importante neste tipo de hierarquia é a existência de fluxos e refluxos de influências e informações. Ou seja, em certa medida, o nível inferior também alimenta o nível superior. Já em uma hierarquia simples, o nível superior gera o nível inferior por meio de processos lógicos evidentes, e o nível inferior não pode influir em nada sobre o nível superior.
Portanto, na tese okadiana, o nível superior do pensamento gera o nível inferior da matéria, alimentando-o e sendo alimentado por ele, como nas hierarquias entrelaçadas propostas por Doug Hofstadter, em acordo com o teorema de Godel.
As partículas subatômicas constituintes do pensamento e da matéria, do espaço e do tempo, estão entrelaçadas, formando uma espécie de trama, algo como um tecido. A essa trama damos o nome de Universo. A Física quântica surge de uma teoria quântica da matéria. Okada vai alem. Ao propor que tempo e espaço, formados por partículas subatômicas, estão entrelaçados em uma trama, ele elabora uma teoria quântica para o espaço-tempo, que ao constituírem um tecido, podem justificar a teoria da relatividade. Lembremos-nos que toda a comunidade científica da física contemporânea, vem há anos tentando conciliar a teoria da relatividade, desenvolvida por Einstein, Hilbert e outros, com a teoria quântica. A primeira trata da macro física dos grandes sistemas e velocidades,a segunda, da micro física dos sistemas subatômicos.
Para muitos o trabalho do filósofo Ernest Mach foi decisivo para a elaboração da teoria da relatividade geral. Para outros, o trabalho da Mach e’ importante, mas seria um exagero derivar dele o trabalho de Einstein. Segundo o “principio de Mach”, a curvatura de um espaço e’ determinada pela quantidade de matéria existente naquela região. Na teoria da relatividade, a gravidade é um efeito da curvatura do espaço-tempo, e tal curvatura é produzida pela massa-energia contida nele. As três dimensões do espaço e a dimensão do tempo(quarta dimensão) estão amalgamadas, formando um tecido, o espaço-tempo, sobre o qual se dispõe toda a matéria do universo. Qualquer concentração de energia e matéria deforma esse tecido, gerando uma depressão ao redor de si, como fariam pedras colocadas sobre um lençol, que preso por suas pontas em varais, estivesse suspenso no ar. Onde cada peso fosse colocado, afundaria, deformando o lençol. Bolinhas de gude largadas sobre o tecido tenderiam a descer pelas inclinações do lençol, geradas pelo peso das pedras. Se a velocidade das bolinhas fosse elevada em um sentido diferente do centro da depressão e elas se encontrassem nem tão perto, nem tão longe do objeto central, é de se esperar que as bolinhas orbitassem em torno do núcleo, como fazem os planetas em volta das estrelas. O pensamento de okada é totalmente compatível com tal teoria.
Recentemente, muitas outras teorias vêm enveredando esforços para unir Relatividade e Mecânica Quântica, bem como propondo novas abordagens para o espaço e o tempo. A teoria das supercodas é fundamental neste aspecto. A partir dos trabalhos de Kaluza-Klein, que previam a existência de uma quinta dimensão como condição física necessária para darmos coerência matemática para leis da física, muitos cientistas começaram a elaborar modelos multidimensionais para a representação da natureza, dentre ele Gabriele Veneziano, do CERN, autor de uma das teorias das cordas. Nestas teorias, as partículas elementares não são pontuais, mas são como micro cordas em vibração. A vibração destas supercordas, gerando altas somas de energias, produz as partículas subatômicas que conhecemos, e de que são feitos todos os objetos materiais. Tais teorias prevêem a existência de outras dimensões, 10, 11, ou 26, dependendo da variação teórica. Tais dimensões espaciais seriam tão reais quanto as três nas quais vivemos, mas nos seriam invisíveis, por serem muito menores do que a menor partícula subatômica conhecida. Recomendo uma obra fantástica sobre o assunto, chamada “Hiperespaço”, de autoria de Michio Kaku, doutor em Física por Berkeley, e professor da Universidade de Nova York. A grande vantagem desta abordagem multidimensional é que, ao introduzirmos um número maior de dimensões na representação matemática que temos do universo, simplificamos as leis da natureza, encontrando origens comuns para leis distintas. As quatro grandes forças, força forte, que mantêm o núcleo atômico unido, a força fraca, que governa a radioatividade, a força eletromagnética, que nos dá a luz entre tantos outros fenômenos e a força gravitacional, que mantêm estável a estrutura universal, quando analisadas de um ponto de vista de uma geometria 3-D, parecem ser coisas desconexas, sem relação, sem origem comum. Mas tais forças, quando analisadas dentro de uma geometria multidimensional, formam belas simetrias, revelando harmonia e ordem no cosmos. O ponto negativo de tais teorias multidimensionais, e’ que não podem ser demonstradas e nem refutadas experimentalmente, não pela tecnologia atual, que esta’ muito aquém de tal feito. Não vou me estender neste ponto, mas e’ um tema fascinante, e o livro de Kaku é igualmente fascinante.
Lee Smolin, pesquisador do Perimeter Institute for Theoretical Physics, de Waterloo e professor de física da University of Waterloo, elaborou, junto com colaboradores, a teoria da “gravidade quântica em loop”. Nas teorias clássicas, tanto o tempo quanto o espaço são contínuos e absolutos, como se o tempo fosse um rio que flui incessantemente, e o espaço fosse uma massa homogênea, sem separações. Lembremo-nos que a física tem problemas para pensar; a matéria, o tempo e o espaço. A mecânica quântica, convencionalmente, é uma teoria sobre a matéria. Ou seja, sobre o que é a matéria, como é produzida e de que é feita. Mas tempo e espaço permanecem um mistério. A teoria da relatividade propõe uni-los e por eles explicar a força gravitacional, mas não nos esclarece sobre do que eles são feitos. A teoria da gravidade quântica em loop pensa que ambos se estruturam tal como a matéria. Ou seja, são formados por pequenos pacotes, de modo que o tempo e o espaço são a soma total das partículas que os compõem. Deste modo, o tempo não pode mais ser visto como um rio fluindo sem parar, mas como uma imensa goteira que libera, muito rapidamente, vários pacotes temporais. Como esse processo é muito veloz e ocorre em escalas quânticas, não o percebemos, e sentimos que o tempo não para, da mesma forma que vemos como um único movimento, as cenas geradas pela sucessão de várias fotografias. Também o espaço, nesta tese, ao invés de ser homogêneo, é formado por pequenos blocos. Ressaltamos que Henri Bérgson, filosófico francês, que tão bem dialogou com a teoria quântica da matéria, postulou o erro de qualquer teoria que pretendesse fazer do tempo uma coleção de partes. Para ele o tempo era dinâmico, puro movimento que fluía criativamente, de modo incessante, produzindo a realidade.
Estamos acostumamos a confundir matéria e espaço. Mas lembremos a diferença clara entre ambos, de que a matéria são os corpos atômicos e o espaço é o plano sobre o qual a matéria se dispõe. Se a matéria é feita de partículas elementares, o espaço, de acordo com René Descartes, é composto pelas coordenadas da Largura, Altura e Profundidade. Existem muitos outros sistemas de coordenadas espaciais, e prováveis universos com milhares de dimensões podem ser descritos matematicamente. Numa época em que a geometria euclidiana ainda era o paradigma vigente, e que mesmo pensando em uma geometria curva, nem mesmo o grande matemático Carl Friedrich Gauss ousou publicar seus pensamentos contrários a Euclides, o matemático, Georg Bernhardt Riemann, elaborou uma geometria não euclidiana que continha muitas dimensões (coordenadas) espaciais. Contudo, era um modelo puramente matemático, sem ligação física com a realidade, mas sem dúvida, o seu pioneirismo foi o alicerce teórico para as modernas teorias físicas multidimensionais, e para os modelos físicos carentes de geometrias curvas.
Na gravidade quântica em loop, pequenos “quantas” de tempo e espaço formam uma rede de spins. Um spin é um núcleo, ligado aos outros por elos sutis. O resultado é uma micro trama quântica de espaço-tempo, tal como na tese okadiana.
O pensamento de Okada articula-se com as teses apresentadas, mas Okada vai alem e propõe o que eu chamaria de uma teoria metaquântica do “Sonnen”, palavra que em sua língua natal, significa a atividade da consciência, representando a fusão da trilogia; pensamento, sentimento e vontade. Para ele, o mundo do pensamento é constituído por partículas subatômicas infinitesimais, tão microscópicas que ainda não puderam ser observadas, ou o mundo do pensamento é um plano de realidade do qual emergem as partículas elementares. Tenho estudado esta teoria há muitos anos e observo aqui, estas duas interpretações. Reparem que são diferentes. Dizer que o mundo do pensamento, o “plano da consciência” é formado por partículas subatômicas ultramicroscópicas, é dizer que na base, no cerne, na fonte da natureza, existem partículas elementares ainda desconhecidas, e que mesmo a consciência, o instrumento através do qual podemos conhecer a realidade, é formada por tais partículas. Essa seria uma tese monista, ou seja, que une idealismo e materialismo, consciência e universo, entrelaçando esses conceitos através de uma trama comum a ambos, formada por partículas elementares. Mas dizer que o mundo do pensamento e’ um plano elementar de realidade, do qual emergem as partículas infinitesimais, é colocar a consciência “antes” das partículas elementares, o que seria uma tese puramente idealista.
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Carl Gustav Jung prognosticou que um dia as teorias da consciência e a física nuclear se uniriam e teriam os mesmos fenômenos como objeto de pesquisa. Para o físico David Bohm, a mente opera por princípios similares aos processos quânticos. Existe sempre um grau de incerteza na atividade mental, bem como na atividade subatômica. As atividades mentais da criatividade e da intuição, por exemplo, lembram saltos quânticos, emergindo como repentinos clarões de energia, que não podem ser entendidos em termos de mecânica comum, e nem previstos logicamente. Fenômenos não locais, próprios do nível quântico, são indispensáveis para o funcionamento do cérebro. Os físicos L. Bass e Fred Alan Wolf constataram em experimentos realizados, que o funcionamento do cérebro depende que o acionamento de um neurônio seja acompanhado pelo acionamento instantâneo de muitos neurônios correlacionados, separados por distancias consideráveis de até dez centímetros, de modo que tal processo só pode ocorrer se tais neurônios forem acionados por sinais não locais. Isto ocorre, porque o cérebro não e’ só um aparelho mecânico que comanda um corpo, mas uma central, onde processos quânticos geram as atividades eletroquímicas necessárias para as operações cognitivas.
Uma equipe formada pelo biólogo C.I.J.M.Stuart da Universidade de Alberta, e pelos físicos Henry Stapp, M.Umeazawa e Y.Takahashy, da Universidade de Berkeley, vem realizando pesquisas nesta área e propõe que o cérebro e a mente são dois sistemas interatuantes; o cérebro como aparelho macro espacial sujeito ‘as leis da física clássica, e os seus processos internos, quânticos e abstratos, inerentes ‘a consciência.
Em Filosofia da Mente e Inteligência Artificial, o debate sobre a relação entre cérebro e mente e’ um tema central. Para alguns, porem, trata-se de uma questão sem solução. Para João Fernandes Teixeira, pos doutor pela University of Essex, da Inglaterra, e professor de Filosofia da Universidade Federal de São Carlos, a estrutura do cérebro e’ tão complexa que não podemos compreendê-la, de modo que sua relação com a mente e’ intratável. Imaginemos, nos propõe Fernandes, um “tipo” de cérebro simples que possui bem mais que 10 bilhões de neurônios. Se o ser que o possuísse tivesse 100 pensamentos por segundo, durante 100 anos seguidos, somando 316 milhões de pensamentos, apenas 39 neurônios seriam utilizados nesta operação, de modo que tantos pensamentos poderiam ser gerados por uma fileira binária de 39 lâmpadas,acendendo e apagando,gerando informações. Sendo assim, o cérebro é tão complexo que não podemos desvelar todos os seus mistérios. Para que compreendêssemos nossos cérebros, eles deveriam ser muito mais simples do que são, mas se fossem muito mais simples, nossa capacidade intelectual seria muito menor, de modo que não poderíamos entendê-los. Trata-se um circulo vicioso. Friedrich Nietzsche, muito razoável em suas reflexões, permanece ecoando em sua máxima; “Há limites, também, para o conhecimento”! Para Teixeira, portanto, a escolha pelo materialismo, ou pelo idealismo, não pode ser corroborada logicamente. A ciência, portanto, e’ uma questão de fé. Sua construção é a afirmação daquilo que, por ideologia ou por outros motivos, “queremos” acreditar.
Entretanto, como vimos, o desenvolvimento das pesquisas quânticas, tanto na área de física pura, quanto em neurologia, vem tornando a fé no materialismo cada vez mais injustificável.
Neste sentido, enquanto sistema teórico que propõe uma teoria quântica do pensamento, que a tese de Mokiti Okada tem a capacidade de nos despertar uma profunda reflexão sobre a natureza da realidade, e o do empreendimento científico.
Um parágrafo de um de seus textos deve ser colocado na integra para que nos familiarizemos como autor. O trecho a seguir nos é importante, por nos trazer reflexões, fundindo física e metafísica.
Analisando em seu aspecto material a situação atual da ciência, vemos que esta alcançou seu ponto máximo, estando a um passo do mundo seguinte, o mundo do pensamento. Porem ela se encontra diante de uma barreira que não consegue ultrapassar. E mesmo que ela o consiga, o problema e’ o que vira’ após a ultrapassagem desta barreira. Isto porque o que vem após e’ um mundo equivalente ao nada, que não pode jamais ser apreendido pela ciência materialista. A esse respeito, como ilustração, temos a teoria do famoso professor Yukawa. Obviamente, esse professor e’ um cientista teórico em física, e apresentou a existência do meson de forma teórica. Ocasionalmente, outros cientistas, ao tentarem fotografar os raios cósmicos, encontraram gravadas nas fotos, varias partículas que eram mesons. Assim a teoria do professor foi sustentada pela física experimental, e isso lhe valeu o premio Nobel.”
A tese de Okada é que há um nível criativo de realidade, que é matriz da macro realidade que conhecemos, formado por partículas menores do que qualquer partícula quântica já evidenciada. A realidade material do universo é um produto gerado por este nível subatômico, criativo e infinitesimal. Neste nível, novas formas são criadas do nada e voltam ao nada, outras se configuram e produzem fenômenos que gerarão a realidade. Como vimos, as partículas quânticas podem desaparecer em um ponto do universo e reaparecer em outro, vencendo distancias que a luz, propagando-se a 300 mil quilômetros por segundo, demoraria incontáveis anos para percorrer. Como prognostica a teoria da relatividade, em velocidades elevadas o tempo se torna relativo, de modo que o tempo passa mais rápido ou mais lento, de acordo com a velocidade na qual viajamos. Essa dilatação pode ser verificada experimentalmente. Dois relógios atômicos, de altíssima precisão, sincronizados por computador, acionados rigorosamente no mesmo momento e paralisados no mesmo instante, um colocado em uma base terrestre, o outro a bordo de um avião supersônico, demonstrarão uma diferença de contagem, revelando que o tempo passou mais depressa na base terrestre do que no objeto em locomoção. A velocidade de um objeto, portanto, altera o fluxo do tempo. Do seu tempo!
O físico Paul Davies, no seu livro “Outros Mundos”, nos lembra que se viajarmos numa velocidade próxima da luz ou permanecermos em um campo gravitacional intenso, como os que existem nas regiões próximas aos buracos negros, o tempo passará mais devagar para nossa realidade do que para quem esta’ numa velocidade e campo gravitacional normais (tendo os parâmetros terrestres como referenciais.) De modo que se permanecêssemos nesta situação pela quantidade de minutos correspondentes a um ano terrestre, sendo registrados em relógios em nossas naves, quando voltássemos para a terra, dezenas, centenas, ou milhares de anos teriam se passado, de modo que poderíamos ter partido no ano de 2008, e após 1 ano no espaço na velocidade da luz, voltaríamos ‘a terra, por exemplo, no ano de 3010, empreendendo, portanto, uma viajem para o futuro.
Nada que seja sugado por um buraco negro escapa de sua atração gravitacional. A força da gravidade, na superfície e no interior do buraco negro, alcança níveis extremos. Sabemos que quanto mais forte a força gravitacional, mais lento é o fluxo temporal. Estimamos, deste modo, que em um buraco negro, o tempo está tão congelado, que um milionésimo de segundo em sua superfície, demora bilhões de anos luz para passar. Sendo assim, mesmo que isto não seja possível, imaginemos a situação de um observador que sai da Terra, viaja ao espaço, permanece um segundo no buraco negro, apenas um segundo, e volta pelo caminho sideral, rumo ao seu planeta de origem. A sensação do observador e’ de que ele permaneceu no buraco negro por um segundo. Seu relógio mediu um segundo, sua consciência percebeu o tempo transcorrido como sendo apenas um segundo. Todavia, para um observador que permaneceu fora do buraco negro, o tempo passado entre a entrada do outro observador no buraco, e a sua saída, foi equivalente, por exemplo, ‘a milhares de trilhões de anos-luz! Depois de 1 segundo, o observador que saiu do buraco negro, já não poderá voltar para a terra, ou ao nosso sistema solar, porque, “como todas as coisas que possuem forma infalivelmente desaparecerão”, o nosso sistema não mais existiria. Já para viajarmos para o passado precisamos de condições bem mais especiais. O universo em rotação, um aparelho em rotação em velocidades elevadíssimas, um buraco de minhoca... Não se sabe ao certo.
Um buraco de minhoca é um túnel que liga dois pontos do espaço. São estruturas teóricas, deformações que teriam sido ocasionadas pelo Big Bang. A hipótese é que a explosão inicial(se de fato ocorreu, já que o big bang não e’ uma constatação cosmológica, mas apenas uma tese, plausível, é verdade, mas uma tese, contudo) gerou deformações, produzindo atalhos no espaço-tempo que se formava. Lembre-se que tempo e espaço, existem “no” universo, são propriedades dele, portanto essa imagem de cinema que o big bang aconteceu em uma época ,tendo como pano de fundo uma escuridão imensa, e’ completamente falsa. O big bang não ocorreu em nenhuma época, porque o tempo simplesmente não existia, e nem havia nenhuma imensidão, nenhuma escuridão e nenhum vazio, pois nada destas coisas existiam também. Antes do big bang, o universo era uma singularidade, em termos científicos, isto quer dizer que a matéria, o tempo e o espaço eram nulos! Não haviam coordenadas espaciais. A altura do universo era zero, sua largura era zero, sua profundidade, zero! E como todas as coisas existem dentro do espaço, e como espaço e tempo estão entrelaçados, então, exatamente “nada existia”! O Big Bang não é exatamente uma explosão, destas que vemos no cinema. Nada do tipo “fogo e fumaça e cogumelo atômico”. O Big Bang e’ a passagem, a transição, de uma singularidade (espaço-tempo nulos) para uma realidade. Trata-se do inicio do “ser”, a transição do “Nada” ao “Algo”. Agora sim, uma vez existindo, e comprimido em dimensões microscópicas, a reação nuclear no interior do universo primitivo, e o fervilhar da forças naturais, inflaram o Universo trilhões de vezes em micro segundos, expandindo-o uniformemente. Mas como o universo simplesmente passou do Nada ao Ser? Muitas teorias cosmológicas tentam montar modelos coerentes para servirem de possíveis respostas a esta pergunta. Proponho que isto pode ter ocorrido graças ao processo de produção da realidade descrito por Okada. Havia um plano imaterial de realidade, o chamado mundo do pensamento, onde todas as realidades são objetos da consciência. Através de uma “descontinuidade", de um salto quântico, o nível superior gerou um nível inferior, produzindo uma hierarquia entrelaçada. “Uma coisa surgiu do nada e tornou-se realidade”, tal como ocorre na tese okadiana. O big bang, sendo assim, é uma descontinuidade, ou seja, um “salto quântico” de uma realidade potencial para uma realidade física! Voltemos, todavia, a explorarmos mais um pouco as possibilidades de viagens no tempo para o passado.
Dentro dos buracos de minhoca, não existe nem espaço, nem tempo. Entre para sair em um local qualquer e numa época desconhecida. (Melhor não se arriscar! “A vida simples é boa, quase sempre”!). Não conseguimos entender como um “buraco” que liga dois pontos do espaço-tempo, não possui espaço. Como se fosse uma ponte que atravessa um oceano, mais que tem comprimento zero, altura zero, e largura zero! Parece que estamos condicionados a pensar em um espaço sempre plano, como se fosse uma folha de papel, cujos locais desse espaço são representados por pontos. Neste cenário, se tivéssemos dois pontos, A e B, cada qual em uma extremidade da folha, a única maneira de concebermos um caminho de ligação entre A e B, seria elaborando uma “ponte” que medisse exatamente a distância entre os dois pontos. Caso a distância fosse de dez cm, e este espaço fosse tridimensional, então a ponte deveria possuir dez centímetros de comprimento, x cm de largura, e y cm de altura. Mas se nos livrarmos do condicionamento de pensarmos o espaço como sendo plano, e imaginarmos o espaço-tempo como uma estrutura geométrica complexa, com curvas e dobras, poderemos pensar em “pontes” sem comprimento, largura e altura, que ligam, entretanto, pontos muito distantes entre si. Imaginemos, portanto, dois pontos, A e B, localizados na extremidade de uma folha, cada qual, exatamente no centro horizontal da folha, e ambos ‘a dois centímetros de seu limite vertical. Os dois pontos estariam separados por vinte e cinco centímetros. Todavia, se dobrássemos a folha, exatamente no meio, e uníssemos suas extremidades, os pontos A e B se tocariam, e um observador que estivesse em A, poderia passar para B, dando um único passo de um milímetro, sem a necessidade de percorrer os “longos” vinte e cinco centímetros de distância, entre ambos os pontos, ao longo da superfície da folha. Isso seria um “atalho”, uma “dobra” no espaço tempo, ou seja, um buraco de minhoca, uma ponte, de espaço zero, ligando dois pontos distantes do universo.
Não temos certeza se tais estruturas existem, mas Paul Davies propõe que micro buracos de minhoca possam ser criados em laboratório através de altas somas de energia geradas em aceleradores de partículas. Se essas pontes existissem, talvez pudéssemos voltar para o passado. Mas viajar para o passado traz gravíssimos paradoxos, e ao contrário de viajar para o futuro, talvez não seja fisicamente possível. A ciência, sem filosofia, não empreende obra alguma, de modo que a física, para ser bem sucedida, não pode transgredir certas regras de lógica. Contudo, a viajem ao passado coloca problemas lógicos, quiçá, insolúveis (mas lembremos do teorema de Godel, e da falibilidade dos sistemas lógicos). Imaginemos um observador que volta para o passado, e acidentalmente, provoca o falecimento de um menino de cinco anos. Acontece que o menino em questão, era o seu pai quando criança. “Mas se ele matou o seu pai, ele não poderia existir, e se não existisse, não teria matado o seu pai”. Se ele voltou do futuro, e colocou fim ‘a vida de seu progenitor, ele próprio não teria nascido, logo não existiria para ter colocado ponto final na existência de seu patriarca... (e ficamos rodando em círculos, querendo morder nosso próprio rabo!). Ou, se ao voltar para o passado, ele destruísse o projeto científico de viajem ao passado, de modo que nenhum meio de empreender esta viajem fosse descoberto no futuro? Então como ele conseguiu voltar, se não havia meios para tanto? Como vimos qualquer tentativa de se fazer física sem um mínimo de lógica termina em confusão, a lógica nos demonstra os paradoxos, e os paradoxos, os limites! Sendo assim, alem dos problemas técnicos e tecnológicos de se construir uma máquina de viajem ao passado, grandes problemas nesta área são de natureza lógica.
Uma das maneiras de escapar desse paradoxo lógico, e’ a teoria da ramificação do universo. Como cada fato do universo e’ uma escolha entre diversas possibilidades, então, para cada coisa, deveríamos considerar a existência de uma anti-realidade, em um universo paralelo. O ganhador do Nobel de Física, Richard Feynman, propõe que para cada partícula subatômica que se movimenta, ou se espalha, da região A para B, existiria uma anti-partícula, que faz o caminho inverso, ou seja, vai de B para A. Sendo assim, uma partícula não tem “uma” única história, mas “muitas histórias paralelas”. Para John Weller, a cada medição quântica que constatamos o elétron em uma dada condição probabilística, evidenciando uma determinada realidade, entre duas ou mais realidades sobrepostas coexistentes, o universo se “ramifica” em uma outra realidade, na qual o resultado da medição e’ o oposto. Assim, cada pessoa, por exemplo, vive, ao mesmo tempo, em múltiplas realidades potenciais coexistentes. Para cada pessoa viva na “nossa” realidade, existe uma outra realidade, na qual essa mesma pessoa esta’ morta. Desta forma, se pudéssemos voltar, não ao nosso passado propriamente dito, mas aos nossos passados em outras realidades, então, mesmo que impedíssemos nossos pais de nascerem, deixaríamos de existir nessas realidades, mas não “na” realidade em que existimos. Isto porque, apesar de existirmos em todas essas realidades, não possuímos uma única história, mas várias histórias, como as partículas da teoria de Feynman. Todavia, temos que admitir que tais possibilidades são tão problemáticas quanto os paradoxos lógicos. Mesmo que pudéssemos voltar ao nosso passado, teríamos também que sairmos de nossa realidade por um caminho “fora” do espaço-tempo, para nos encontramos com cópias nossas, em realidades que se localizam “longe daqui, aqui mesmo”.
Os universos paralelos não estão separados por distância alguma, e mesmo assim, por mais que viajemos nunca os localizaremos. Isto porque a fronteira entre dois universos paralelos não e’ mensurável, de modo que em termos físicos, eles não estão nem perto, nem longe. Talvez a única forma de passar de um universo paralelo para outro, seja viajando por fora do espaço-tempo, pegando um atalho, driblando o espaço-tempo, ou seja, dando um salto quântico. Mas, como macro-corpos que somos, se déssemos um salto quântico, isto poderia significar a morte de nosso corpo físico. Somente o que, no homem, permanece em escalas quânticas, poderia ser capaz de sobreviver a esse processo, isto porque, como já vimos os elétrons dão saltos quânticos a todo o momento, se transferindo de uma órbita atômica para outra, sem jamais passar pelo espaço que as separa. Muitos cientistas sugerem que o cérebro é um corpo clássico, mas a consciência é um “processo quântico”. Sendo assim, poderíamos realizar saltos quânticos, e viajarmos de um universo para outro, como se mudássemos do nível de realidade que vivemos para outros níveis coexistentes. Nesse processo, o nosso corpo não resistiria, visto ser “complexo” demais para “saltar” de modo quântico, mas a nossa consciência concluiria perfeitamente o salto, e permaneceria viva nesta outra realidade. Não e’ difícil de perceber que estes raciocínios sobre questões de mecânica quântica trazem grandes repercussões metafísicas, como uma nova teoria da morte, por exemplo, na qual, durante o fenômeno da falência física, a consciência, por ser de natureza quântica, realizaria um salto quântico, e permaneceria viva em um outro nível de realidade... Entretanto, o que discorríamos a pouco, era sobre a aparente inviabilidade lógica, física e tecnologia para empreendermos viagens rumo ao passado.
De qualquer forma, o importante é sabermos que em condições especiais e em altas velocidades, o tempo se torna relativo, e podemos acessar o futuro e talvez o passado, sem nos limitarmos ao presente. Essas condições especiais, para Okada, existem no mundo do pensamento, de modo que sua temporalidade e’ extra-ordinária.
Portanto, em termos temporais, segundo a tese de Okada, todos os fenômenos do universo ocorrem primeiro no mundo do pensamento e depois se refletem no mundo material. Em termos espaciais, o mundo do pensamento e’ causa e o mundo material, o seu efeito.
Para Okada, esse nível da realidade ainda não pode ser detectado por insuficiência tecnológica, bem como pelo excesso de barreiras pré-conceituais que estorvam nosso pensamento. Okada alude à teoria do “eu” profundo e do “eu” superficial, de Henri Bérgson, segundo a qual, o homem, influenciado por conceitos que lhes são impostos desde a primeira infância, perde a capacidade de penetrar na essência das coisas, de modo que perceber a existência deste plano da realidade, para aquele que recebeu uma forte educação materialista, torna-se um grande desafio.
O pensamento de Okada supera as dicotomias surgidas da relação entre o paradigma do realismo materialista e os resultados da mecânica quântica. Apresenta soluções importantes. Abrange, com coerência interna, tanto a existência da realidade material quanto de um nível transcendental. Unifica ambos os planos através de seu principio de identificação entre tais realidades, entre consciência e matéria, solucionando os paradoxos quânticos, colocando a primeira como fonte causal da segunda.
Não se trata de um pensamento dualista, que concebe dois mundos separados por um abismo intransponível, mas uma teoria monista, unificadora, que vê o universo como a fusão destas duas ordens de realidade.
Okada constrói uma firme ponte teórica entre matéria e consciência, o mundo e o pensamento, a ciência e o espírito.
Se aplicarmos o método intuitivo proposto por Bérgson em “O pensamento e o movente” que consiste numa profunda reflexão genealógica dos nossos conceitos, a fim de removermos do nosso intelecto as camadas pré-conceituais que nos influenciam, poderemos realmente compreender Okada. Para Bérgson, devemos libertar o espírito do espaço que o aprisiona e então o “apreenderemos imediatamente”. (Para Karl Popper, eliminar as barreiras preconceituais, é condição, “sem a qual não” não podemos fazer ciência. Popper salienta que Bacon, em o “Novo Organon”, já apontara para tal questão.) Nietzsche também nos aconselha tal tarefa. Para ele, o homem está afetado demais pela cultura, pelo excesso de informação, e acabou por tornar-se superficial. Um homem que não tem tempo para meditar sobre as questões profundas da existência, que vive correndo por questões efêmeras e tudo que aprende, o faz para alcançar fins práticos imediatos e pessoais, não vive uma vida que vale a pena. Não e’ livre. Trata-se de um escravo de intenções, motivações e convicções, que ele sequer sabe as origens e os propósitos. O primeiro passo para a sabedoria, segundo Nietzsche, não é aprender, acumular mais informações, mas desaprender, “jogar fora tudo o que não nos serve”. Em “Assim falou Zaratustra” ele recomenda que se quiserem dar alguma coisa de presente aos homens “Tira-lhes, de preferência, alguma coisa de cima”. Zaratustra disse também que Deus estava morto, mas que acreditaria em um Deus que soubesse dançar! De fato, era um crente em Dionísio, uma divindade mitológica, símbolo do movimento, da força, da criatividade. Um deus sem dogmas, sem o ar grave e triste da tradição medieval.
Nos livros “Deus e a Nova Física” e “A mente de Deus”, o físico Paul Davies discorre sobre as articulações entre física e Metafísica, tão em voga e tão frutíferas, presentes no cenário atual da cosmologia e da física quântica. Ele, e uma imensa legião de cientistas, em todas as partes do mundo, perguntam-se se há um elo entre ciência e espiritualidade. Para cientistas arrogantes, como o biólogo Richard Dawkins, os que postulam algo para alem dos limites comuns da materialidade, são analfabetos, porque apenas a matéria e’ real. Na lista dos “analfabetos” de Dawkins, incluem-se vários ganhadores do Nobel, pesquisadores e professores das mais renomadas universidades do mundo, uma legião de Ph.Ds, dentre os quais citamos vários aqui.
Logo se vê que não se pode levar opiniões como a de Dawkins a sério...(Bem, ele pode ser um bom biólogo, mas como Filósofo da Ciência...)
Certa vez li a opinião de um autor, que dizia que toda vez que Einstein falou em Deus e Religião, ele foi irônico. Faltou ao autor, um pouco mais de leitura. Na verdade, Einstein escreveu pelo menos dois textos muito sérios sobre tal questão, um denominado “Religião e Ciência” e outro “Religiosidade da Pesquisa.” No primeiro texto Einstein declara que há vários níveis de espiritualidade, e que, a seu ver, o mais elevado, é a religiosidade cósmica. Diz ele, que neste nível; “O ser experimenta o nada das aspirações e vontades humanas, descobre a ordem e a perfeição onde o mundo da natureza corresponde ao mundo do pensamento. A existência individual é vivida então como uma espécie de prisão e o ser deseja provar a totalidade do Ente como um todo perfeitamente inteligível. Notam-se exemplos desta religião cósmica nos primeiros momentos da evolução em alguns salmos de Davi ou em alguns profetas. Em grau infinitamente mais elevado, o budismo organiza os dados do cosmos, que os maravilhosos textos de Schopenhauer nos ensinam a decifrar. (...)Para mim o papel mais importante da arte e da ciência consiste em despertar e manter desperto o sentido dela(religião cósmica) naqueles que lhe estão abertos. (...) Eu afirmo com todo vigor que a religião cósmica e’ o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica.” E completa; “Aquele que só conhece a pesquisa científica por seus efeitos práticos vê depressa demais e incompletamente, a mentalidade de homens que, rodeados de contemporâneos céticos, indicaram caminhos aos indivíduos que pensavam como eles. (...) em nossa época, instalada no materialismo, reconhece-se nos sábios escrupulosamente honestos os únicos espíritos profundamente religiosos”. Vemos claramente, que no caso de Einstein( e de milhares de outros homens de ciência), o fato de serem homens de ciência, os ajudou a possuir um profundo senso de religiosidade.
Se o “motor” da ciência é a busca por “conhecer a realidade”, então, temos a ciência como uma bela e profunda forma de busca por uma religião sublime. Isto porque, conhecer profundamente uma “obra” é uma forma direta de se encontrar com seu “autor”. Faço filosofia da ciência, ao “pensar” ciência e “repensar” seus paradigmas e suas conseqüências, movido por um forte e sincero desejo de conhecer esta maravilha de Universo e as imprescindíveis leis da natureza que regulam a existência de todas as coisas. Sendo assim, é claro que não faço ciência por mera curiosidade, “ou para ganhar dinheiro” mas por embevecimento, gratidão e admiração pela verdade e beleza de tudo o que existe. Nem penso que querer compreender o Universo seja uma afronta ao seu criador. Quando eu for pai, quanto mais interessado meu filho se demonstrar por compreender esse vasto mundo e seus fenômenos, e mais perguntas fizer, e buscar por respostas satisfatórias, mais satisfeito eu vou ficar... Neste sentido, parece que concordo plenamente com Einstein. Disse ele_ “Quero saber como Deus criou esse mundo. Não estou interessado nesse ou naquele fenômeno. Quero saber Seus pensamentos, o resto são detalhes”. Sim, há aqui, um pouco de ingenuidade, até de presunção, mas há muito de admiração pelo universo, de busca sincera e apaixonada, até mesmo de devoção!
De fato, muitos cientistas proclamam certa religiosidade, entretanto, religião e religiosidade são duas coisas distintas. Histórica e culturalmente, religião é uma instituição, uma organização social, com dogmas e um sistema teológico próprio a cerca do sagrado. Mas essa definição de religião é uma construção cultural, uma consolidação pré-conceitual sobre o tema. Creio que na verdade, a essência de uma religião não esteja em templos, dogmas ou doutrinas, mas no nível de sua religiosidade. Religiosidade é o sentimento sutil de embevecimento diante da ordem e beleza do universo, a gratidão por essa maravilha chamada “existência”, a vontade de compartilhar esse estado com os outros, e fazê-los felizes, é um profundo sentimento de respeito e amor para com a natureza e todos os seres, e um forte projeto de conhecer e admirar e se alinhar aos princípios organizadores do Cosmos.
Certa ocasião, perguntaram ao biólogo Jean Henri Casimir Fabre, autor de importantes tratados de botânica e zoologia e um dos principais cientistas de sua época, se ele acreditava em Deus.
Não!_respondeu o sábio.
Eu não acredito, eu O vejo em toda parte!
Talvez devamos compreender o conceito “Deus” de um modo sublime, não dogmático. Sempre pensamos em Deus como um chefe de estado, um sujeito com fisionomia imponente e voz grave, que governa o mundo arbitrariamente. Para Sigmund Freud, em “Psicopatologia da vida cotidiana”, é desta forma que os homens fazem de Deus a nossa imagem e semelhança, projetando nele a figura reprimida do pai e do tirano que temos em nossa mente.
Como vimos, há muitas formas de inteligência e vida, que podem ser muito mais elevadas do que o homem, mesmo sendo radicalmente diferentes. Pensamos em Deus como indivíduo que escreveu dogmas em livros sagrados,... Mas talvez sua linguagem seja mais sutil e profunda, e através das leis da natureza, da beleza e da ordem do universo, dos processos quânticos, ele esteja se comunicando conosco, e vivificando a tudo e a todos, a todo o momento.
Talvez assim compreendamos as implicações metafísicas do pensamento okadiano, quando nos diz que “O mundo do pensamento e’ um elo entre a Ciência e o Espírito de Deus e a tese que ora apresento,preenche o vazio existente entre o mundo cientifico e o mundo divino!”.
http://www.artigonal.com/ciencias-artigos/fisica-e-consciencia-no-pensamento-de-mokiti-okada-1254385.html
Perfil do Autor

Vinicius Carvalho da Silva é bacharelando concluinte em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Monitor em Filosofia da Ciência da Dra. Elena Morais Garcia e bolsista CNPq de Iniciação Científica, do Dr. Ricardo Barbosa, IFCH-UERJ. Fez curso de Cosmologia no Observatório Nacional, é aluno participante do International Master Classes High School curso de Física de Partículas do CERN - Centro Europeu de Pesquisa Nuclear e do DFNAE Departamento de Física Nuclear e Altas Energias da UERJ. Sua principal linha de pesquisa é Filosofia da Ciência Contemporânea, com foco nos problemas filosóficos da Mecânica Quântica.