terça-feira, 16 de setembro de 2008

A dedicação da minha Fisioterapeuta e o JOHREI me salvaram






Esq./dir: Patrícia de Oliveira Vieira, fisioterapeuta;
Sandra Maria; Rev. Hidenari Hayashi e Min. Patrícia Leal


Meu nome é Sandra Maria da Luz
Rizo, do Johrei Center Porto Seguro,
na Bahia.

Fui professora
de educação física e secretária
executiva bilíngüe de uma grande
empresa estatal.

Aos 30 anos de idade, com vida saudável de nadadora
desde os três anos e jogadora de tênis, eu trabalhava, dançava,
era feliz, equilibrada e viajava muito.

Em outubro de 1986, tive um problema de saúde que transformou
totalmente minha vida. Devido a uma reação alérgica,
tive Edema de Glote, doença que provoca o fechamento
da garganta.

As sucessivas crises, a medicação em excesso
e as altas doses de corticóides me fizeram engordar
75 kg em 3 meses, passando de 65 kg para 140 kg e 800
gramas.

Como estava desenvolvendo um trabalho na Floresta
Amazônica, fui transferida em caráter de emergência
para um hospital, no Rio de Janeiro, onde fiquei
internada por três anos e fui submetida a seis
cirurgias.

No processo de desintoxicação dos corticóides, foram
geradas outras doenças como: câncer nos seios,
osteomielite, necrose do fêmur, paralisia do lado direito
do corpo, acidente vascular cerebral, infarto agudo
do miocárdio, congestões renal, hepática e digestiva,
catarata e coágulo no lado direito da cabeça.

Entrei em coma e recebi vários litros de sangue. Na época,
eu tomava 21 medicamentos diariamente.
Com tantas patologias, não podia ler, escrever ou
falar. Não reconhecia as pessoas, fiquei gaga, sentia
dores de cabeça, fiquei careca e sem dentes.

Durante dois anos e oito meses fiquei presa a uma
cadeira de rodas. Não dormia, sentia fortes dores no
corpo, usava fraldas geriátricas e tinha depressão e
síndrome do pânico.

Nunca mais tive uma vida saudável,
feliz. Quando tentava retornar a alguma atividade,
não tinha forças para continuar, voltava a adoecer
e ficava acamada vários meses.

Apesar do estado físico grave, os 12 médicos que me acompanhavam
faziam vários exames, que apenas constatavam pequenas
irregularidades.

Em busca da cura, passei por vários tratamentos
religiosos, mas tudo foi em vão. Por isso, não queria
mais ouvir falar sobre religião.

Em agosto de 2005 resolvi aproveitar o pouco de tempo
que acreditava me restar de vida e me mudei para
Porto Seguro, mesmo contra a vontade de toda a família.

Como eu não conseguia me locomover sozinha,
uma amiga trouxe, até minha casa, uma fisioterapeuta
chamada Patrícia.
Na primeira sessão, ao me ver
com tantas dores e debilitada, ela ficou temerosa de
acompanhar meu caso, porém o enfrentou mais com
a fé do que com a parte clínica, já que eu não podia
fazer os exercícios, pois meu corpo todo doía.

Ela me ofereceu Johrei. Como não tinha nada a perder,
aceitei. Por ter passado por várias religiões e estar
descrente, duvidava que algo estivesse acontecendo
e me perguntava: “O que uma mão levantada em
minha direção pode resolver?” Todavia, eu, que só conseguia
dormir de uma a duas horas por noite, já no
primeiro Johrei dormi 12 horas seguidas.

A partir daí, a fisioterapeuta passou a vir diariamente para ministrar-
me uma hora e meia de Johrei, até mesmo nos
finais de semana, sem falhar.

Minha vida começou a mudar! Após um mês de
recebimento de Johrei, parei de usar as fraldas geriátricas,
dormia normalmente, não sentia tantas dores,
passei a fazer alguns exercícios e me locomovia com
mais facilidade.

Então, comecei a perguntar mais sobre
o Johrei. Patrícia me emprestou seu livro “Alicerce do
Paraíso”. Eu lia e depois tirava as dúvidas com ela.
Com dois meses de recebimento de Johrei, já me
levantava da cama sem a ajuda das muletas e começei
a fazer os exercícios, sem sentir dores.

Após sete meses de acompanhamento, em março de 2006, sonhei
que estava em frente a um altar fazendo uma oferenda
em dinheiro. Comuniquei à Patrícia, que, imediatamente,
me convidou para conhecer o Johrei Center,
pois o altar que descrevi era, segundo ela, igualzinho
ao da Igreja Messiânica.

Apesar das grandes melhoras,
eu não queria me envolver com religião mas, como
ela insistiu muito, acabei concordando.
Quando cheguei lá conheci outra Patrícia, a ministra
responsável do Johrei Center.

A primeira coisa que ela me perguntou, sem mais nem menos, foi se eu era espírita.
Aquilo desmontou minha resistência, pois ninguém
em Porto Seguro sabia que eu tinha sido espírita.

A partir daí, passei a confiar totalmente na Igreja Messiânica.
Naquele dia pude, com muita alegria, materializar
pela primeira vez meu sentimento de gratidão a
Meishu-Sama. Naquele momento eu me lembrei do
sonho e percebi que aquela oferenda que estava fazendo
era o Donativo de Gratidão.

No mês seguinte, depois de ler o “Alicerce do Paraíso”,
perguntei à Min. Patrícia como poderia fazer parte
da Igreja. Ela me orientou a freqüentar o Curso de Formação
de Novos Membros e, em 27 de abril de 2006,
tive a permissão de receber o Ohikari.

Após o ingresso na fé, me sentia muito feliz. Cada
vez que materializava o sentimento de gratidão com
meu donativo, sentia que recebia muito mais graças e
fazia as doações com sentimento cada vez mais forte.
Um dia, dedicando na preparação de mini-ikebanas,
senti muitas dores nas pernas, até pensei que iria voltar
a andar de muletas.
Então a dedicante me explicou
que, quando estamos servindo à Obra Divina, o processo
de purificação se acelera para que possamos eliminar
os pecados acumulados por nós e pelos nossos
antepassados. Assim, com firmeza e leveza, enfrentei a
purificação para melhor servir à humanidade.

Em dezembro de 2006, ao relatar minha experiência
de fé no Johrei Center, senti que algo se quebrou, foi
um momento único. Pela primeira vez, em tantos anos,
eu voltava a falar em público!

Após dois meses do relato fui convidada pela diretoria
de um hospital para ser responsável pelo Serviço
Social. Assim, voltei a exercer minha profissão. Consegui
colocar flores em todo o hospital, o que gerou uma
união maior entre os profissionais.

Na verdade, havia muitos messiânicos de outros Estados que trabalhavam
lá, mas que não sabiam que havia Johrei Center na
cidade. Então, eles passaram a se apresentar e me pediam
flores, e o mais interessante: passei a ministrar
Johrei e a encaminhar outras pessoas à Igreja.
Após nove meses de trabalho, encerrei mais um
ciclo de minha vida. Voltei a escrever, inclusive para
um jornal da cidade, inserindo em meus artigos os
Ensinamentos de Meishu-Sama.

Os amigos voltaram
a freqüentar nossa casa e, ao perceberem minha mudança
física e emocional, perguntam o que eu fiz. Então,
digo que foi o Johrei e, de imediato, as pessoas
querem conhecê-lo. Assim, tive a permissão de encaminhar
à Igreja toda a minha família e mais trinta
pessoas, inclusive de outros Estados.

Em outubro de 2007, voltei a sentir muitas dores
na coluna, perto do cóccix. Como a dor era muito forte
entrei em contato, por telefone, com meu médico
ortopedista, que me mandou tirar radiografias. Dois
meses depois, ele disse que viria passar o Natal na
minha casa; nesse meio-tempo, recebi Johrei de forma
intensa e, no Natal, não sentia mais dores.
Quando ele chegou em minha casa, demonstrava
muita ansiedade e preocupação e, ao ver as radiografias,
abriu um largo sorriso e abraçou toda a família:
minha doença nos ossos estava estagnada e, em alguns
pontos, tinha até regredido! Meu marido, meu
genro e minha filha choravam, abraçados com o médico.
Foi o Natal mais feliz que já tivemos.

Um fato que me marcou muito aconteceu no mês
passado, quando tive a permissão de dedicar pela primeira
vez aqui no Solo Sagrado. O médico havia me dito
que o meu maior inimigo seria a vassoura, pois o movimento
de varrer me traria muitas dores. Porém, me deram
justamente a dedicação de varrer o Caminho do
Paraíso. Pensei: “Como vou fazer isso?” Tinha medo de
ficar inchada e morrer de dor. Todavia, obedeci e fui fazer
a dedicação. Consegui varrer tudo, sem inchar, sem sentir
dores e nem arritmia cardíaca.

Tenho consciência de que preciso aprender a desenvolver
a paciência com tudo e com todos. Não me esqueço
em momento algum de fazer a “Prática do Sonen” e as
práticas básicas de um messiânico: Johrei, dedicação,
gratidão monetária, encaminhamento e freqüência ao
culto mensal.

Hoje, graças a Meishu-Sama, após mais de 20 anos
de luta, não uso mais nenhum daqueles medicamentos
que tomava diariamente. Eu me sinto saudável de
novo! Inclusive, já voltei a dirigir meu carro.
Os senhores não imaginam a alegria que sinto neste
momento. Eu vivia dentro de casa, deitada numa
cama, sem forças para fazer nada, sempre precisando
da ajuda de alguém... Hoje estou aqui, neste maravilhoso
Altar do Solo Sagrado, falando na frente de tantas
pessoas... Isso é um sonho!

Agradeço a todos que me ajudaram nessa nova vida,
a meus familiares e, especialmente à Patrícia, minha fisioterapeuta,
que me ministrou Johrei por sete meses
seguidos e que nunca desistiu de minha purificação.

Messias, Meishu-Sama, muito obrigada!
A dedicação de minha fisioterapeuta e o Johrei
salvaram minha vida




Mensagens da água



O pesquisador japonês Masaru Emoto, no livro Mensagens da água, revela suas experiências, em que ele investiga o fenômeno Hado (do japonês onda, ou movimento) que consiste em alterar o padrão vibratório da água, por meio de música, imagens e... oração.

Sim, a prova de que a água é alterada está na observação dos seus cristais, após o congelamento. O mais interessante é que a ciência não consegue controlar o processo de formação dos cristais, mas, pelo visto, o pensamento o faz.

O resultado foi que a as gotículas de água que foram mais "bem tratadas" formaram os cristais de água mais exóticos e belos, enquanto que aquelas que foram ignoradas ou xingadas não formaram cristais.

O mesmo experimento ele realiza com alimentos. O arroz que recebeu mais carinho (bons pensamentos) demorou muito mais para entrar em decomposição do que o arroz xingado ou ignorado.

No Japão a crença que a alma habita no espírito da palavra é bastante difundida. O reverendo Kato Hoki, sacerdote do templo Jyuhouin, foi chamado para rezar por 1 hora ao lado de uma água cujos cristais estavam disformes e escuros.

Após isto, a água se fez visivelmente mais bela, e seus cristais, após nova análise, revelaram algo que nunca o pesquisador - mesmo tendo feito mais de 10.000 experimentos - vira antes: uma rara formação heptagonal (sete pontas) dentro da clássica estrutura hexagonal.
Mais tarde, o sacerdote disse ter invocado em suas preces a deusa dos rios Benzaiten (Equivalente a Sarasvati, na Índia. É a única Deusa entre os SETE deuses da sorte).

Ao colocar, em diferentes copos com água, palavras - mesmo que escritas no computador - que significam a mesma idéia (foi escrito "sabedoria", em japonês, inglês e alemão), ao congelarem os cristais formaram uma estrutura surpreendentemente similar.

Segundo o físico Cheng Luojia, isto indica que não é exatamente a palavra, o som de cada língua, que influi sobre a água, e sim o pensamento, a idéia. E completa: "A que conclusão podemos chegar? Que a palavra produz forma". E deixa uma pergunta no ar: "Isso significaria que o espírito é matéria?"

É por isso que insisto tanto: pensamento É vibração, o mundo É vibração, e você É, em espírito, o que você pensa/produz.
Não é uma vibração mecânica, grosseira, como a que produz o som, mas muito mais sutil, que não encontra barreiras.


A Grande Inquietação



A grande inquietação

Alberto Luiz Fonseca
De Londres

Nós, seres humanos, procuramos o conhecimento como um todo, mas não sabemos se algum dia o teremos. Provavelmente, nunca. Por isso, somos seres inquietos.

Do todo, quase nada sabemos, até hoje.

Para onde vão os planetas, de onde vieram? Por que estamos aqui? Para onde vamos depois? Hoje vai chover?

O irônico, quanto à pequena parcela de conhecimento do mundo que temos, é que nem sabemos se ela tem realmente alguma importância.

Não sabemos se o que podemos conhecer deste mundo tem alguma relevância em relação a tudo mais, que não está ao nosso alcance entender, mas podemos apenas intuir.

Por isso, é muito importante a lógica, o pensamento cartesiano: um mais um são dois. Mas é ainda mais importante a poesia.

Engana-se quem pensa que a poesia, ou a intuição são abstratas, ou subjetivas, e só a ciência é concreta. A atitude do cientista implica um ato de fé: a fé na possibilidade de conhecer seu objeto.

Assim, para ele, só é problema aquilo que, em princípio, ele pode resolver.

Ou seja, a ciência é exata, mas insuficiente, pois o Homem está sempre a buscar respostas completas, muito mais profundas do que a pobre ciência pode lhe dar.

Por ser o homem como é, por uma forçosa realidade psicológica, ele não consegue renunciar a possuir uma noção completa do mundo, uma idéia integral do universo.

Essa a causa da Grande Inquietação do homem de todos os tempos, esse o tema da filosofia.

O cientista experimental, não podendo solucionar à sua maneira as questões fundamentais (de onde vem o mundo, para onde vai, por que existimos, qual o sentido da vida, qual é a potência/fonte definitiva do cosmos, o que existiria se não existíssemos, se não existisse o mundo concreto que vemos, tocamos, sentimos?), decide abandoná-las.

Como a raposa faz com os cachos de uva mais altos da videira, na fábula; dizendo serem elas "sem interesse".

Sem interesse, porque insolúveis para os métodos usados pelos cientistas. Mas, na verdade, o fato de serem insolúveis só faz aguçar nosso apetite pela verdade.

A verdade científica é bela, exata e incompleta.

Flutua por si só, como um barquinho de papel, no lago da verdade total, à qual se poderia chamar: "mito".

A ciência flutua, portanto, em mitologia e é, ela própria, como totalidade explicativa, mito: o admirável mito europeu, que importamos - sem taxas.

Segundo Aristóteles, filosofia é a ciência que se busca.

De onde vem esse apetite de explicar o universo, da filosofia, essa busca do absoluto? Nada mais fácil: é a atitude nativa e espontânea da mente humana perante a vida.

Quem respira e pensa, faz a si mesmo essas perguntas fundamentais desde que começou a respirar e pensar.

Nós recebemos, como legado do século XIX, o excesso de importância à ciência, que nada mais é que um mito confortável, explicações parciais que mal conseguem se aproximar do todo.

Alguém se pergunta: por que o enorme sucesso dos livros de auto-ajuda nos dias de hoje? Por que a onda interminável de livros "místicos" vendendo milhares ou milhões de cópias, no Brasil, como no mundo todo?

Simplesmente porque nossa civilização, exageradamente "cientifizada" ou científica, vem deixando cada vez maiores buracos, lacunas, nas almas, nos corações das pessoas.

A filosofia, e sua irmã, a poesia, ainda podem salvar-nos.



Alberto Luiz Fonseca, mineiro e diplomata, serve atualmente na Embaixada do Brasil em Londres, onde ocupa o cargo de Adido Cultural. Filho de pais músicos, foi fundador do "Café com Letras", conhecido café e livraria de Belo Horizonte.


Nosso Grito



Nosso Grito

Marina Silva
De Brasília (DF)

Quando, em 2007, fui à Noruega para participar da 5ª Conferência sobre Biodiversidade e tratar da doação daquele governo ao Fundo da Amazônia - que deve efetivar-se esta semana -, tive a oportunidade de visitar o Museu Nacional, onde conheci algumas obras do artista plástico Edvard Munch. Dentre elas, a que é considerada a mais importante do seu acervo: O Grito, de 1833, momento marcante do movimento expressionista, que acabou se transformando num ícone, até mesmo da cultura pop.

Minha visita, feita juntamente com o embaixador brasileiro, Sérgio Eduardo Moreira Lima, foi marcada pela comovente disposição do diretor do museu, um homem de mais de 80 anos, com extraordinária juventude intelectual e capacidade de reportar a criatividade genial presente nas telas.

Enquanto nos embevecíamos com a narrativa empolgante do nosso anfitrião, fui tomada por uma sensação de profunda gratidão pela existência de pessoas que, como aquele gentil e sábio senhor, dedicam toda uma vida a enxergar, ouvir,compreender e compartilhar aquilo que a maioria das pessoas não compreende e, às vezes, sequer percebe.

O diretor recitou parte das linhas que Munch escreveu no seu diário, onde registrou o estado de espírito em que se encontrava quando inscreveu seu próprio grito na tela, não em palavras, mas em formas e expressões pictóricas. Segundo os registros do próprio artista, ao pintar aquela tela sentiu o grito do infinito da natureza, o que fez aflorar em mim um turbilhão de pensamentos que se misturavam com emoções paradoxais, de elevação e medo.

A que natureza gritante se referia Munch? A que em mim gritava através de sua arte era uma superposição de todas as dualidades que nos ajudam a compor a difícil trajetória do sentido: a humana e a natural; a do desejo e a do real, em infinitas díades opositivas entre si.

E tal como na obra de Munch, essas imagens aleatórias não estavam congeladas numa tela, mas em lembranças vívidas de árvores caindo, crianças chorando e sorrindo, sementes brotando. E em meio a tudo isso, passou por mim a imagem das duas torres gêmeas de uma babel que, como a do texto bíblico, caiu pela ausência de compreensão mútua entre povos, pela falta de aceitação das diferenças e dos sentidos.

Há sete anos, o dia 11 de setembro passou a marcar o que em alguns momentos podemos imaginar como o limite da voracidade do horror. O ocorrido com as duas torres novaiorquinas, que em sua arquitetura lembravam os dois algarismos dessa data, não ficou restrito à estupefação dos Estados Unidos diante daquele ato. Na sua radicalidade, no seu ódio e na sua dor mostrou que a panela dos gritos desesperados e sem rumo do mundo cozinha, ininterruptamente, a poção que alimenta o que estudiosos já chamaram de "a banalidade do mal absoluto".

O episódio como que sinaliza para todos nós que a causa para o adoecimento político, econômico e moral a que estamos submetidos, continua sendo a ausência de sentido, de significados e significação, sem os quais somos subtraídos de nossa capacidade de também nos percebermos e sentirmo-nos na figura do outro.

Há outros "11 de setembros" menos visíveis, mas com capacidade igual ou maior de provocar a dor, a humilhação, a injusta imolação de inocentes pela perda do sentimento de unicidade indivisível da humanidade. Não se mata sem também morrer; não se destrói sem que se seja parte dos destroços.

Munch foi, definitivamente, um artista genial pela qualidade de sua pintura e por nos colocar, de forma tão definitiva, diante de nossos medos mais profundos. Como se nos alertasse para, frente a eles, não ficarmos paralisados, impedidos de ir à luta para que a boa energia que existe nos corações, mesmo nos momentos difíceis, nunca desista de construir uma humanidade mais justa e acolhedora.


Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.